sábado, 24 de maio de 2008

Competência não tem gênero

Seis histórias de mulheres de muito sucesso comprovam a tendência: se dona do próprio nariz é o melhor negócio.

Redação

Revista VEJA Edição 2062 – ano 41 - nº 21
Caderno Mulher Especial página 30
28 de maio de 2008

Resumo e Análise crítica

A matéria fala sobre a evolução profissional das mulheres no Brasil. Segundo pesquisa divulgada no início do ano, elas já compõem a maioria (52%) entre os empreendedores nacionais bem mais que os 29% divulgados em 2001. Outro dado significativo é que enquanto os homens empreendem por uma questão de oportunidade, as mulheres abrem um negócio por necessidade, como forma de entrar no mercado de trabalho.

Para ilustrar a matéria eles entrevistaram seis mulheres, todas executivas que ocupam o cargo máximo nas empresas que representam:
Rose Koraicho, dona e presidente da KOEMA, incorporadora paulista de imóveis de luxo,
Bia Aydar que comanda a MPM, agência de publicidade que mais cresceu o ano passado,
Liliana Aufiero, presidente da LUPO,
Claudia de Carvalho Alves, presidente da ENTERPA, uma das maiores empresas de engenharia do país,
Carmem de Campos Pereira, presidente do Grupo REDE ENERGIA,
Nara Fauth Pereira que é uma bem sucedida produtora rural do Rio Grande do Sul

Todas as entrevistadas afirmaram que para chegar a estes cargos de liderança tiveram que tomar decisões difíceis em suas vidas pessoais, mas elas consideram que o momento é favorável às mulheres. Muitas corporações estão valorizando a característica feminina de cuidar de vários problemas ao mesmo tempo, o saber ouvir e a curiosidade.




sábado, 26 de abril de 2008

Empreendedorismo digital ganha força no País

Portal Empreendedor - Editora Empreendedor
Sexta-Feira, 28 de Março de 2008 10:41Internet

http://empreendedor.uol.com.br/_novo/_br/?secao=Noticias&categoria=167&codigo=7075

Da Redação

Empresas do Brasil, um dos países mais empreendedores do mundo, ampliam a interação no meio virtual e conquistam grandes mercados por meio da Internet

Apesar da má qualidade de vida de grande parte da população, dos altos índices de desemprego e outros problemas sociais, o Brasil, segundo a maior escola de empreendedorismo do mundo, a Babson College, é um dos países mais empreendedores do planeta. Somado ao fato de que o povo brasileiro é o que mais navega na internet e também é o que melhor se adapta a inovações no mundo, surge no País um novo conceito de empreender que promete mudar o rumo de grande parte das empresas brasileiras, o empreendedorismo digital.



Como uma das principais dificuldades para o desabrochar do empreendedorismo digital, os baixos índices de capilaridade da internet no Brasil vêm sendo gradualmente combatidos por esforços da iniciativa privada e por campanhas de inclusão digital do governo federal. Somente em 2007, foram vendidos 23% mais computadores do que em 2006, o que representa cerca de 10 milhões de máquinas, sendo que 64% delas foram vendidas para pessoas que estão comprando o seu primeiro computador. O reflexo disso na sociedade é a formação de um enorme bolsão de usuários que vão começar a usar a internet diariamente, seja ela discada ou não, e que, em pouco tempo, estarão comprando on-line.


Resumo e Análise Crítica

A reportagem acima relata que embora o Brasil tenha muitos problemas sociais que ainda precisam ser resolvidos ele é considerado pela maior escola de empreendedorismo do mundo, a Babson College, um dos países mais empreendedores do planeta.

Desta forma surgiu no País um novo conceito de empreender, o empreendedorismo digital que permite que as empresas utilizem o marketing digital que é financeiramente mais viável e garantem melhores resultados, pois consegue dar uma resposta mais rápida ao consumidor.

Como exemplo, cita empresas tradicionais como Americanas.com, a Fnac, a B2W e o Magazine Luiza que viram nesse grande potencial da Internet uma forma de aumentar seu faturamento. E apresenta a principal dificuldade no desenvolvimento do empreendedorismo digital que é a falta de acesso a Internet pela grande maioria da população, o que já esta sendo gradualmente combatido por esforços da iniciativa privada e por campanhas de inclusão digital do governo federal.

A reportagem narra de forma imparcial como as empresas estão fazendo para acompanhar as inovações que estão ocorrendo no mundo globalizado, conseguindo através da Internet colocar seus produtos frente à concorrência, de maneira mais eficaz e mais próxima ao consumidor.

A tomada de decisão dessas empresas em buscar novas formas de marketing para apresentar seus produtos é de grande importância para Administração. Mostra a necessidade de se acompanhar as mudanças do mercado, procurando outras saídas para vencer a concorrência, diminuindo os custos e atingindo o maior numero de consumidores.
No mundo on-line, existe uma infinidade de novas oportunidades ainda não exploradas e isso que algumas empresas já descobriram.




sábado, 12 de abril de 2008

A terra das roupas para bebês



A TERRA DAS ROUPAS PARA BEBÊS
Com 50 fábricas no setor, cidade do Paraná não tem desempregados há cinco anos

Lino Teixeira Enviado especial

Jornal O GLOBO
Dia 10/04/2008 Caderno Economia Página 30

TERRA ROXA (PR). A pequena Terra Roxa, no extremo oeste do Paraná, esta trocando a agricultura pela industria de confecção.

Os moradores da cidade – conhecida como a capital brasileira da moda bebê – não sabem o que é desemprego há pelo menos cinco anos , quando começou o boom das fabricas de roupas para recém-nascidos. Segundo o censo de 2000 do IBGE, são cerca de 17 mil habitantes, mas a prefeitura estima que a população atual da cidade já supere 30 mil pessoas. A agricultura ainda é o principal motor da economia local, mas o trabalho em Terra Roxa começa a migrar para as mais de 50 industrias formais de confecção lá instaladas, e para outras ainda não formalizadas.

A Secretaria Municipal de Indústria e Comércio calcula que somente o setor de confecção infantil emprega diretamente cerca de 3 mil pessoas e movimente R$25 milhões ao ano.

Há ainda muitas confecções, mantidas pelas próprias empresas e que produzem parte das roupas, onde a informalidade é total. Nesses locais, o empregado tem um salário de R$500 em média, até maior que o dos contratados com carteira, mas não conta com proteção social.

DA PRODUÇÃO CASEIRA À EXPORTAÇÃO
Pólo de roupas para bebê começou com dona de casa que decidiu fazer o enxoval dos filhos

Ela é vista como um exemplo a ser seguido entre as mulheres de Terra Rocha. No fim dos anos 80, Celma Assis Rossato começou a transformar uma atividade doméstica no que é hoje o grande negócio da cidade: a produção de roupas para recém-nascidos. Para economizar, ela começou a fazer em casa os enxovais dos filhos. O bom gosto e os detalhes bordados das roupinhas dos primeiros dois filhos (Jean, hoje com 22 anos, e Daiane, com 21) acabaram caindo no gosto das vizinhas e das amigas.

Como não havia nada parecido no comércio da cidade, Celma viu uma oportunidade de ganhar algum dinheiro e passou a fornecer peças aos lojista, que pagavam depois de vender. A produção de enxovais completos aumentou, e para atender aos pedidos, ala transformou o quarto da filha Daiane em uma espécie de show room. Conhecido como o “paraíso de Celma” acabou originando o nome da sua empresa.


Em pouco tempo, o micronegócio Paraíso Bordados e Confecções passou a ser a maior fonte de renda da família. A máquina de costura a pedal que Celma havia ganho de aniversario do pai, José Anor de Assis, e onde eram costuradas e bordadas as peças, já não dava mais conta das encomendas. O marido, Eugênio Rossato, aplicou todo o dinheiro das férias que vendeu no emprego para comprar uma máquina para bordar. Não foi suficiente.

Em pouco tempo, ele teve que sair do trabalho, investiu na expansão da fábrica e um novo maquinário. A produção cresceu, e Celma a vender suas roupinhas em toda a região e em São Paulo.

- A minha terceira gravidez abriu meus horizontes – afirmou ela, que deu início à fabrica que hoje produz 300 mil peças por mês e emprega 600 funcionários, sendo 200 deles com carteira assinada.

Suas roupinhas são vendidas em praticamente todo o Brasil, e os planos agora são de ampliar a produção e exportar as roupas para países da América do Sul.

Atualmente, são justamente Jean e Daiane (são quatro filhos no total), além do marido Rossato, que estão no comando da Paraíso Bordados, embrião do hoje pólo da indústria paranaense de moda bebê.

- Chegou a hora de me afastar e deixar eles criarem asas para alçarem vôo – disse Celma.


RESUMO E ANALISE CRITICA

Trata-se de uma matéria jornalística onde o autor mostra a pequena cidade Terra Roxa, no extremo oeste do Paraná que esta trocando a agricultura pela industria de confecção. Para explicar a importância do aparecimento das confecções para região o autor mostra que mesmo com as dificuldades geradas pelo seu crescimento desordenado, a industria de moda bebê já responde por 30% do PIB da cidade e empregam cerca de 3 mil pessoas.

Tudo começou no final dos anos 80 quando Celma Assis Rossato transformou o simples ato de confeccionar o enxoval de seus filhos em um empreendimento que hoje é o responsável pela grande transformação da economia da cidade, a produção de roupas para recém-nascidos. Hoje sua empresa emprega 600 funcionários, sendo 200 com carteira assinada. Suas roupinhas são vendidas em todo o Brasil e estão nos planos atuais a exportação para países da América do Sul.

O autor mostra de maneira imparcial e esclarecedora o empreendedorismo de Celma Assis Rossanato que transformou uma atividade doméstica em um negocio que hoje é considerado o grande negócio da cidade.

Essa matéria é de grande importância para administração, pois mostra o exemplo da iniciativa empreendedora para o desenvolvimento econômico, a geração de riquezas e a geração de empregos. Mostra também a capacidade de identificar oportunidades e transformá-las em projetos de possíveis realizações bem sucedidas.

sábado, 29 de março de 2008

Eles estão abrindo caminho

Revista EXAME Edição 914, ANO 42 nº 5 - 20/03/2008


Texto: Ana Luiza Herzog

Em sua matéria, a autora apresenta um grupo de empreendedores brasileiros que aproveitando o desafio do segmento de negócios verdes (Ecobusiness), desenvolveram estratégias para montar empresas em que o eixo central de atuação é a utilização racional de recursos do meio ambiente como variável fundamental para o seu sucesso.


Para ilustrá-la a autora apresenta diversas empresas:
· TerpenOil , fabricante de produtos de limpeza orgânicos e biodegradáveis,
· SuperBac, especializada em biotecnologia para tratamento de resíduos,
· Nemus, especializada no plantio de florestas de teca e eucalipto,
· Florestas, fabricante de cosméticos orgânicos feitos à base de espécies brasileiras,
· Wisewood, fabricante de “madeira plástica”,
· CBPAK, fabricante de embalagens biodegradáveis feitas à base de amido de mandioca.

A autora, de forma imparcial, se utiliza de resumos informativos, cujo objetivo é mostrar a atuação e gestão de empresários empreendedores, motivados em implementar ações destinadas a tornar e manter o meio ambiente favorável durante a produção de bens e serviços.Sendo assim ela mostra que, dentro desse novo e crescente segmento de mercado, os cuidados com o meio ambiente deixaram de ser uma fonte onerosa de despesas para se tornar uma fonte promissora de lucros.
Por outro lado, imbuídos da nova necessidade de preservação do meio ambiente, e frente à mudança cultural do consumidor, os empresários contextualizados implementam novas formas de conscientização aperfeiçoando suas técnicas de gestão, atentos as novas exigências sócio- ambientais.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Eles estão abrindo caminho


Revista EXAME Edição 914, ANO 42 nº 5 - 20/03/2008


http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0914/gestaoepessoas/m0154700.html


Um grupo de empreendedores brasileiros já vê nos negócios verdes uma via de inovação, de aproximação com um mercado nascente e crescente, uma realização ideológica e -- sobretudo -- um modo de fazer dinheiro. Embora ainda tenham muito o que provar no presente e no futuro, alguns deles começam a prosperar com iniciativas que vão do uso da biotecnologia para a limpeza de resíduos à produção de cosméticos orgânicos.

Texto: Ana Luiza Herzog



José Luiz Majolo Sócio-diretor da TerpenOil, fabricante de produtos de limpeza orgânicos e biodegradáveis.

Depois de trabalhar por 35 anos em instituições financeiras, os últimos cinco deles como vice-presidente do banco ABN Amro Real, o administrador paulista José Luiz Majolo, de 53 anos, enfrenta hoje o desafio de fazer decolar uma pequena empresa. A TerpenOil foi criada em fevereiro de 2007 com o propósito de fabricar produtos de limpeza orgânicos e biodegradáveis à base de terpeno, substância natural extraída de árvores como o pinus e de frutas cítricas, como a laranja e o limão. Em setembro de 2006, quando saiu do banco, Majolo abriu uma pousada no interior de São Paulo. Como a idéia era adotar ali uma série de princípios de sustentabilidade, ele saiu em busca de produtos de limpeza menos nocivos ao meio ambiente. Acabou conhecendo o químico Maurício Castro, que vendia detergentes à base de terpeno, mas que estava prestes a desistir do negócio por falta de recursos para crescer. Majolo propôs sociedade a Castro, e hoje a TerpenOil vende produtos de limpeza orgânicos para empresas como Whirlpool, hospital Albert Einstein e Acument. Seu faturamento em 2008 deve chegar a 5 milhões de reais. Segundo Majolo, as receitas podem alcançar 60 milhões de reais nos próximos três anos -- impulsionadas não apenas pelas vendas no mercado interno mas também pelas exportações. No início de março, uma empresa responsável pela manutenção do metrô de Paris começou a testar um dos produtos da TerpenOil na limpeza de pichações. Apesar do apelo verde, Majolo tem uma visão pragmática do negócio. "Preciso oferecer preço e qualidade", afirma. "Nenhum consumidor está disposto a pagar apenas por um benefício ambiental."


Luiz Chacon Filho Presidente da SuperBac, empresa especializada em biotecnologia para tratamento de resíduos.

O negócio criado pelo administrador paulista Luiz Chacon Filho parece saído de um filme de ficção científica. Aos 33 anos de idade, Chacon ganha dinheiro com bactérias. Sua empresa, a SuperBac, desenvolve e seleciona bactérias que podem ser usadas para eliminar os mais diferentes tipos de resíduo. Nas fábricas da Natura, da Unilever e da Coca-Cola, a tecnologia de Chacon é utilizada para acelerar o funcionamento das estações de tratamento de efluentes e eliminar odores. Em 2006, a americana JohnsonDiversey, maior empresa de limpeza institucional do mundo, fechou um acordo com a SuperBac para o desenvolvimento de uma linha de produtos exclusiva -- um deles é o BioBox, composto de cubos de bactérias usados para dar fim ao material orgânico de caixas de gordura e fossas sépticas de estabelecimentos comerciais. "Foi nosso grande salto até agora", diz Chacon, que criou a empresa há mais de uma década. Hoje, toda a produção vem de uma fábrica que a SuperBac mantém nos Estados Unidos. O crescimento do negócio chamou a atenção de instituições financeiras. Há cerca de dois anos, o banco Sofisa adquiriu 15% do capital da SuperBac. Em dezembro de 2007, o banco português Espírito Santo, por meio de um fundo criado para investir em inovações tecnológicas, comprou 12% da empresa, por 12 milhões de reais. O capital será usado na melhoria da gestão da SuperBac, que deve fechar 2008 com faturamento de 13 milhões de reais. "Estamos crescendo a um ritmo alucinante e precisamos nos preparar para uma nova etapa", afirma Chacon, que até o final do ano promete anunciar o desenvolvimento de mais linhas exclusivas para outras cinco grandes empresas brasileiras e internacionais.


Rodrigo Derdyk Diretor da Nemus, especializada no plantio de florestas de teca e eucalipto

Recentemente, o Brasil se transformou num dos alvos de um movimento que tende a crescer: o da busca dos investidores estrangeiros por florestas plantadas. Seduzidos pelas grandes extensões de terra disponíveis, condições climáticas favoráveis e alta tecnologia, eles devem injetar 2 bilhões de dólares no país nos próximos cinco anos. Desse montante, cerca de 150 milhões de dólares já têm dono. Eles pertencem à Nemus, pequena empresa com sede em Cuiabá, em Mato Grosso, que, ao se especializar no plantio da teca e do eucalipto para a indústria moveleira, conseguiu atrair como sócio o fundo de investimento europeu Phaunos. Hoje, a Nemus possui 2 530 hectares de florestas de teca e de eucalipto. Com os recursos do fundo, que serão investidos nos próximos dois anos, essa área será multiplicada por 15. A teca é hoje matéria-prima para móveis de alto padrão, vendidos na Ásia e na Europa, e o valor do metro cúbico pode chegar a 3 000 dólares no mercado internacional -- o mogno, principal concorrente, custa 30% menos. Mas não é só o crescente preço da madeira, impulsionado pelo consumo de países como China e Índia, que desperta o interesse dos investidores. "Há oportunidade de outros ganhos", diz o administrador paulista Rodrigo Derdyk, que, com apenas 26 anos,é o principal executivo da Nemus. Explica-se: as florestas captam gás carbônico e, no futuro, poderão render créditos de carbono.


Fernando Lima Presidente da Florestas, fabricante de cosméticos orgânicos.

Os últimos dias foram de comemoração para o paulista Fernando Lima, de 41 anos. O motivo é que os cosméticos orgânicos da Florestas, empresa que ele criou em 2003, começaram a ser vendidos nos Estados Unidos em todas as 265 lojas da Whole Foods, maior cadeia de varejo de produtos orgânicos do mundo. Feitos à base de espécies brasileiras, como açaí e andiroba, os cosméticos de Lima estavam desde 2006 nas gôndolas da Whole Foods, mas ficavam até então restritos a apenas 70 lojas. Graças a essa expansão, o faturamento anual da Florestas deve passar de 300 000 para 1 milhão de dólares. Economista, Lima trabalhou no Unibanco, no Citibank e no banco Safra, instituição que há quase sete anos o transferiu para os Estados Unidos. Ainda hoje ele mora no país, onde concilia o trabalho de executivo em um banco de investimento com a gestão da Florestas -- tarefa complicada sobretudo porque a fábrica está localizada em Guarulhos, na Grande São Paulo, e todas as matérias-primas para seus produtos são compradas de cooperativas de pequenos produtores rurais em estados como Amazonas e Mato Grosso. "Aproveito a diferença de fuso horário para resolver os assuntos mais urgentes do Brasil logo nas primeiras horas da manhã", diz ele. Lima justifica o esforço com a perspectiva de futuro que enxerga. O mercado de cosméticos orgânicos cresce mais de 20% ao ano em países como França e Estados Unidos. A prova mais recente do charme desse mercado foi dada em novembro do ano passado, quando a multinacional Clorox investiu 913 milhões de dólares na aquisição da americana Burt's Bees, que faturou 164 milhões de dólares em 2007 com produtos de beleza à base de mel.



Wladimir Kudrjawzew Presidente da Wisewood, fabricante de “madeira plástica”

Cerca de 1 000 toneladas de embalagens de plástico deixarão de ir para lixões e aterros sanitários todos os meses a partir de junho. O destino delas será a cidade de Itatiba, no interior de São Paulo.Lá funciona a fábrica da Wisewood, empresa criada há menos de um ano para transformar esse lixo em dormentes para trilhos de trem e cruzetas para postes de luz. A idéia de produzir o que o mercado batizou de "madeira plástica" foi do paulista Wladimir Kudrjawzew, de 44 anos. Engenheiro aeronáutico, ele pesquisa o reaproveitamento dos resíduos de plástico há oito anos, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Por meio de um conhecido, Kudrjawzew conseguiu mostrar o plano de negócios da Wisewood a Rogério Igel, um dos acionistas do grupo Ultra. Igel investiu 8 milhões de reais para se tornar sócio da empresa e fazer com que ela saísse do papel. Outros 12,5 milhões vieram de um financiamento do BNDES. A fábrica da Wisewood começou a funcionar neste mês, e a expectativa é que a empresa fature 60 milhões de reais em 2009. Entre os clientes potenciais estão empresas de distribuição de energia, de logística e mineradoras, como a Vale, que compra cerca de 1 milhão de dormentes de madeira por ano para suas ferrovias. O produto de plástico custará, em média, quatro vezes mais que o de madeira, mas tem vida útil de cerca de 50 anos, ante 15 da do tradicional. "O ganho ambiental é incomparável", diz Kudrjawzew.


Cláudio Bastos Presidente da CBPAK, fabricante de embalagens biodegradáveis feitas à base de amido de mandioca.

Sempre que olha para uma lata de lixo, o engenheiro Cláudio Bastos diz ficar arrepiado. "Sempre penso em quanto a sociedade vai precisar gastar para se livrar de tantos resíduos", afirma ele. Decidido a criar algo que pudesse resolver parte do problema, em 2002 ele fundou a CBPAK. Localizada em São Carlos, no interior de São Paulo, a empresa nasceu com o objetivo de fabricar embalagens com uma fonte renovável: o amido de mandioca. Até o início de 2008, porém, a empresa ficou parada -- os recursos necessários para colocar a fábrica em funcionamento só vieram no final do ano passado, quando o BNDESPar passou a ter participação de 35% na empresa e, em troca, não só fez um aporte de 2 milhões de reais como concedeu uma linha de crédito no valor de 2,3 milhões de reais para a compra de máquinas. Dada a largada, a estimativa de Bastos é que o faturamento da CBPAK chegue a 10 milhões de reais em 2013 só com as vendas no mercado doméstico. O prognóstico baseia-se na crença de que a pressão dos consumidores pelo uso de embalagens ecologicamente corretas vai se acirrar e obrigará as empresas a adotar produtos como o seu. Atualmente, bandejinhas da CBPAK para frutas e legumes já estão sendo testadas pela subsidiária brasileira do Wal-Mart, varejista que vem buscando uma saída para se livrar do isopor, material que tem um processo de reciclagem complexo e oneroso.